Almir Garnier sobre 8/1: 'Fiquei muito chocado, foi muito triste'
Segundo ex-comandante da Marinha, até o momento da sua saída do comando, não havia qualquer sinal de que os atos extremistas estivessem sendo organizados
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Siga noO ex-comandante da Marinha Almir Garnier afirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ficou “muito chocado” com as invasões golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, até o momento da sua saída do comando da Força, não havia qualquer sinal de que os atos extremistas estivessem sendo organizados.
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"Foi algo muito, muito triste. A nação brasileira realmente não precisava disso", disse Garnier, ao relatar como recebeu as imagens da invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília. "Até a minha transferência de responsabilidade da Marinha, nós acompanhávamos esses movimentos e não havia, pelo menos que tivesse chegado ao meu conhecimento antes da minha agem de cargo, nenhuma indicação de que haveria alguma organização, orquestração, movimentação como aquela que ocorreu no dia 8 de janeiro", afirmou durante o interrogatório.
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O ex-comandante contou que estava em casa no momento dos ataques, assistindo à televisão. "Comecei a ficar chocado por ali. Foi pra mim uma cena muito forte, fiquei muito chocado, tive até consequências físicas depois, porque foi algo muito, muito triste, muito triste".
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Durante a oitiva, Garnier também foi questionado sobre a eventual participação das Forças Armadas na mobilização de manifestantes que estavam acampados em frente a unidades militares em todo o país. Ele negou qualquer envolvimento da Marinha.
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O depoimento de Garnier faz parte de uma série de oitivas conduzidas pelo STF para apurar a suspeita de tentativa de golpe de Estado no período que se seguiu à derrota eleitoral de Jair Bolsonaro. O ex-presidente também prestará depoimento, assim como ex-ministros militares e outros integrantes do alto escalão do antigo governo.